Editorial

Crise humanitária

São estarrecedoras as imagens que estamos vendo nos últimos dias vindas do território indígena Yanomami, em Roraima. Desde o início da última semana, equipes do Ministério da Saúde (MS) se depararam com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição acentuada, muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e muitos outros problemas graves. Só de malária, foram mais de 11 mil casos em 2022, e isso em uma população de aproximadamente 30 mil pessoas, mostrando a todos o tamanho da crise humanitária que está acontecendo.

Neste sábado, uma grande comitiva do governo federal desembarcou no local para analisar a situação. Ao chegar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu não medir esforços para levar atendimento médico à população do local. “Uma das formas de resolver isso é montar o plantão da saúde nas aldeias, para cuidar deles lá. Fica mais fácil a gente transportar dez médicos do que 200 indígenas que estão aqui”.

Outra medida apontada por Lula é o combate ao garimpo ilegal. De acordo com informações do Ministério da Saúde, estima-se que aproximadamente 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região. Somente em 2020, a atividade avançou 30% na Terra Yanomami. Segundo relatório produzido pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Associação Wanasseduume Ye’kwana (Seduume), a área total devastada é de 2,4 mil hectares. “Eu posso dizer para você é que não vai mais existir garimpo ilegal. E eu sei da dificuldade de se tirar o garimpo ilegal, já se tentou outras vezes, mas eles voltam”, afirmou o presidente.

Ainda na sexta-feira, antes da visita, o Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território indígena Yanomami, em Roraima. Hoje devem chegar ao local 13 profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para operar o Hospital de Campanha. Essas ações devem ser suficientes para salvar a vida daqueles que estão em risco no momento. Mas não pode parar por aí. Será preciso estudar novas estratégias, tanto no que diz respeito à saúde quanto no combate ao garimpo ilegal, para que essa crise humanitária seja superada o quanto antes.

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